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Crise da Igreja (242)

A grande traição: a mentalidade católico-liberal

Outubro 22, 2016 escrito por site_permanencia

Dom Marcel Lefebvre

Reconciliar a Igreja com a Revolução: tal é a empresa dos liberais que se dizem católicos.

Os liberais que se dizem católicos sustentam que a doutrina católica do Reino Social de Nosso Senhor Jesus Cristo e da união da Igreja com o Estado é sem dúvida verdadeira, mas inaplicável mesmo nos países católicos:

·  Na teoria, pode-se aceitar a tese proposta pelos Papas e teólogos.

·  Na prática, deve-se ceder ante as circunstâncias e resolutamente aderir à hipótese: promover o pluralismo religioso e a liberdade de cultos:

Os liberais católicos não têm deixado de sustentar que desejam a ortodoxia tanto quanto os mais intransigentes, e que sua única preocupação são os interesses da Igreja: "a reconciliação que procuram não é teórica nem abstrata, mas somente prática”[1]

A "bondade"de João XXIII

Pe. Michel Simoulin, FSSPX

“João XXIII entrou para a história como o ‘Papa buono’ (Papa bom). A esse respeito, é licito se perguntar se ‘Papa buono’ equivale a bom papa” – cardeal Silvio Oddi[1].

A lista dos livros, estudos e artigos escritos que celebram a “bondade” desse papa é longa demais para ser relacionada aqui. O ponto culminante — e, parece, definitivo — dessa celebração é representado pela promulgação, em 20/12/1999, do decreto sobre as “virtudes” heroicas do servo de Deus, João XXIII. Isso pareceu colocar termo à discussão. Todavia, não podemos esquecer outros estudos e artigos publicados para destacar falhas e fraquezas desse mesmo papa[2]. Até o discurso dirigido ao papa atual[3] pelo prefeito da Congregação da Causa dos Santos, em 20/12/1999, suscita algum espanto. Com efeito, se as virtudes louvadas em Pio IX são belas virtudes cristãs (zelo pastoral infatigável, intensa vida de oração, profunda vida interior), as de João XXIII são estranhamente novas, até mesmo desconhecidas da Teologia Ascética e Mística:

Teilhard de Chardin, o profeta do Cristo cósmico

[Capítulo XV do livro Cent ans de modernisme. Généalogie du Concile Vatican II (Editions Clovis, 2003) do padre Dominique Bourmaud, FSSPX.]

Falando estritamente, uma síntese de Teilhard parece fora de propósito numa recensão genealógica dos princípios modernistas, porque nosso protagonista não é filósofo, nem exegeta, nem propriamente teólogo. Porém, fazer o álbum da família neomodernista sem incluir Teilhard de Chardin seria expor-se a subestimar a popularidade do movimento nos círculos profanos. Se, no período das primeiras publicações teilhardianas, em 1927, o modernismo não passava de uma sombra, trinta anos depois, quando da morte de Teilhard, o vírus conquistara todos os níveis hierárquicos e infectara aos pensadores mais sutis, antes de ganhar Roma. O fenômeno teilhardiano age como um termômetro. É o ponto de referência, o critério definitivo que permite distinguir entre modernistas e católicos fiéis. Depois de um esboço do profeta e da sua visão, será preciso abordar as razões profundas de sua celebridade, de ordem científica e mística, para concluir com sua influência póstuma.  Leia mais

"Roma perderá a Fé"— 170 anos de La Salette

Relativamente à aparição da Santíssima Virgem em "La Salette", como a qualquer outra manifestação do Céu sobre a terra, nossa curiosidade humana procura saber o que o Céu foi levado a dizer à terra. Mas é antes o atrativo do divino e a solicitude com a nossa santificação que nos deveria impelir a conhecer estas revelações. Por isso, daremos, duma parte, "in extenso", as revelações feitas por Maria a 19 de setembro de 1846, em La Salette, doutra parte esperamos que tendo sido a inteligência instruída com estas coisas, a vontade será então fortificada, para que daí venha a santificação das almas: é o objetivo de Nossa Senhora, o qual deve ser o nosso. Que os curiosos sem desejo de santidade se abstenham de continuar a ler, pois se arriscariam de não compreender a Santíssima Virgem; os que, porém, querem se santificar que tirem proveito disso.

A 19 de setembro de 1846, duas crianças, Maximino Giraud e Melânia Calvat, originário de Corps no departamento de Isère, na França, guardam as suas vacas nos arredores do lugarejo de La Salette. Eis aqui o que Melânia escreverá desde 1860 e que publicará em 1875, com o "imprimatur" de Dom Zola, bispo de Lecce na Itália. Aí ela confia o texto do seu segredo que havia escrito e transmitido, como Maximino fizera com o seu, ao Papa Pio IX, em julho de 1851. Leia mais

Madre Teresa de Calcutá: verdadeira ou falsa caridade?

Pe. Marie-Dominique, O.P.

 

O testemunho dos santos tem o seu valor; a nossa época teve o testemunho de Madre Teresa de Calcutá, humilde filha da Albânia, que – pela graça de Deus – se transformou em um exemplo de exercício da caridade e de serviço à promoção do ser humano para o mundo inteiro.” (Bento XVI, em 8 de março de 2009)[1].

Reuníamo-nos todas as manhãs na casa geral e gozávamos da alegria de nos ajoelharmos ao pé do túmulo de Madre Teresa.

Era impressionante observar um budista em posição de lótus ao lado de um muçulmano de rosto em terra e, próximo a eles, um cristão de joelhos. Nisso há um mistério! Lá estavam os três, sem se defrontarem; melhor ainda, estavam trabalhando juntos, pois é a caridade que os reúne.(Pe. Benoît-Joseph, da comunidade das Beatitudes[2]).  Leia mais

Francisco afirma que concubinos podem ter a "graça do verdadeiro matrimônio".

                             

Nosso Senhor comandou a Pedro que confirmasse seus irmãos na Fé (S. Lucas 22,32), mas Francisco deleita-se em fazer todo o contrário.

Em 16 de junho, em uma sessão de perguntas e respostas durante conferência em Roma, Francisco sinalizou que quem vive em "fiel" concubinato recebe a "graça do verdadeiro matrimônio por causa de sua fidelidade". Mas, ao contrário do que afirma o Papa, o concubinato nunca traz consigo a graça do verdadeiro matrimônio, pelo fato de em si ser uma desgraça.

Na continuação de três anos de comentários irresponsáveis, que provocam escândalos em escala mundial, Francisco falou da situação na Argentina, onde a maioria dos que freqüentam aulas de preparação para casamento vive em concubinato.  Conforme o registro de Catholic News Agency:   Leia mais

 

Paulo VI, o sepultador da Tradição

Nota da Permanência: Apresentamos a seguir um capítulo do livro “Cem anos de modernismo” (Cent ans de modernsime. Généalogie du Concile Vatican II, Editions Clovis, 2003) do padre Dominique Bourmaud, FSSPX.

Capítulo XXII

Há mais de um século que os Carbonários, a maçonaria italiana, tinham planejado destruir o papado:

“O trabalho que empreenderemos não é obra de um dia, nem de um mês, nem de um ano: pode durar vários anos, talvez um século; mas em nossas fileiras morre o soldado e a luta continua… O que devemos buscar e esperar, como os judeus esperam o Messias, é um Papa de acordo com nossas necessidades… E este pontífice, como a maioria dos seus contemporâneos, estará mais ou menos imbuído dos princípios humanitários que começaremos a pôr em circulação… Quereis estabelecer o reino dos escolhidos sobre o trono da prostituta da Babilônia? Que o clero marche sob o vosso estandarte, crendo sempre marchar sob a bandeira das Chaves Apostólicas… Estendei vossas redes… no fundo das sacristias, dos seminários, dos conventos… Tereis pregado uma revolução de tiara e capa pluvial, marchando com a cruz e a bandeira, uma revolução que não necessitará senão ser ligeiramente estimulada para atear fogo em todos os extremos da terra”[1].  Leia mais

Enfim, o cisma

Dom Lourenço Fleichman OSB

Em 1976, amigos franceses enviaram a Gustavo Corção notícias de um bispo italiano que escrevera para seus padres e fiéis denunciando o comunismo. Os amigos que enviaram a auspiciosa notícia ao jornalista e escritor católico estavam entusiasmados com a novidade, achando que aquela reação podia significar uma mudança de ares na Igreja.

Gustavo Corção escreveu sobre o fato um artigo em que mostrava aos seus amigos e leitores que o entusiasmo não era cabível. Antes de mostrar quão superficial era a crítica do bispo ao comunismo, Corção explicou:

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Pode a Igreja morrer?

Dom Lourenço Fleichman OSB

Muitas pessoas me pedem que atualize com mais freqüência o site. Confesso que não tenho conseguido me dedicar mais a este apostolado, levado pelo excesso de trabalho nas quatro capelas sob minha responsabilidade, nas revisões doutrinárias dos livros que editamos e na cura das almas. Estamos iniciando agora o projeto do Colégio São Bernardo, a primeira escola da Tradição no Brasil, sobre a qual falaremos a seu tempo.

Felizmente tenho a ajuda de uma equipe atuante no que toca a produção da Revista Permanência, de outra forma não conseguiria manter o ritmo dos lançamentos trimensais. Confesso que é um trabalho que nos traz muita satisfação.

Agora mesmo assistimos a mais um grave escândalo do ecumenismo desenfreado. A reunião promovida pelo papa Francisco I dentro do Vaticano, no domingo de Pentecostes é apenas um gemido naturalista, um grunhido da História, dentro da obra destruidora do Vaticano II.

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Considerações sobre a Missa Nova de Paulo VI

Sì Sì No No

Examinemos agora, brevemente, as principais mudanças no sentido filo-protestante implementadas na “Missa de Paulo VI”, seja na arquitetura das igrejas, seja no rito propriamente dito.

Naturalmente trataremos apenas daquelas que são mais facilmente percebidas até mesmo pelos simples fiéis, para que todos possam ter uma ideia clara da discrepância que existe entre o novo rito e o rito tradicional.

 

Mudanças arquitetônicas nas igrejas

1) Abolição sistemática das balaustradas que delimitam o espaço sagrado do Presbitério. A área deste último, antes reservada aos sacerdotes e outros ministros sagrados, agora está aberta a todos: clérigos e leigos. Resultado: abolição do conceito de "lugar sagrado", dessacralização do sacerdote, progressiva equiparação prática de clero e leigos.

2) Mudança para a celebração de Missa “voltada para o povo”. O sacerdote já não se dirige a Deus para  oferecer-lhe o divino Sacrifício em favor dos fiéis, mas sim ao povo no contexto de uma simples reunião de oração.

Deve-se notar que nem mesmo na antiguidade o altar esteve "voltado para o povo", mas sim em direção ao Oriente, símbolo de Cristo, como também testemunha a orientação topográfica de muitas Basílicas antigas. O altar, ou melhor, a mesa “voltada para o povo” é, por outro lado, uma criação inteiramente pessoal de Lutero e dos outros pseudo-reformadores do século XVI.

3) Desenho do altar quase sempre em forma de mesa – trata-se de uma mesa para uma ceia. A Missa não é mais o sacrifício expiatório, mas uma simples ceia fraterna. O altar, com efeito, lembra a ideia do Sacrifício oferecido a Deus, a mesa, ao contrário, lembra uma refeição comum no contexto de um simples “memorial”. Por isso nos “templos” protestantes – onde existe – usa-se sempre uma mesa, e jamais um altar.

4) O Tabernáculo, segundo as novas rubricas da "Missa de Paulo VI", pode ser retirado do centro do presbitério. Disposições recentes, como, por exemplo, as da Conferência Episcopal Italiana, foram além, prevendo a sua passagem gradual para uma capela lateral especial. Para não irritar os protestantes; assim, a Presença permanente de Nosso Senhor Jesus Cristo no Tabernáculo não mais perturbará "o irreversível caminho ecumênico".

5) No centro do presbitério, em geral no lugar do Tabernáculo, fica agora a cadeira do sacerdote celebrante. O homem toma o lugar de Deus, enquanto a Missa se torna um simples encontro fraterno entre a assembleia e seu “presidente”, ou seja, o ex-padre, que agora é reduzido a um simples diretor, “animador litúrgico” da nova “Igreja Conciliar” antropocêntrica.

Neste ambiente festivo, com a aprovação entusiástica dos Bispos, insere-se várias orquestras paroquiais mais ou menos juvenis, destinadas a aquecer o ambiente com vários ritmos e danças (em não poucas "eucaristias conciliares", dança-se agora para todos os efeitos).

 

Mudanças dogmáticas/litúrgicas no rito da Missa

1) São abolidas as orações iniciais ao pé do altar, ao final das quais, entre outras coisas, o sacerdote se reconhecia indigno de entrar no Santo dos Santos para oferecer o divino Sacrifício, e invocava a intercessão dos Santos para ser purificado de todo o pecado.

Em seu lugar, na Missa Nova antropocêntrica, o "presidente da assembleia" derrama um discurso preliminar de boas-vindas, muitas vezes um simples prelúdio para o desencadear de uma "criatividade litúrgica" mais ou menos anárquica.

2) É abolido o duplo Confiteor (o primeiro era recitado apenas pelo celebrante, o segundo posteriormente pelo povo) que distinguia o sacerdote dos fiéis, que se dirigiam a ele como "pater", "pai".

Na "Missa Nova", na qual o Confiteor é recitado uma única vez, o sacerdote passa a não ser mais um "pater" para os fiéis, mas um simples "irmão" igual a eles, democrática e protestantemente inserido. Lê-se, precisamente, no atual "Confesso-me a Deus Todo-Poderoso e a vós irmãos…". Ou seja, somos "todos irmãos...".

3) As leituras bíblicas também podem ser proclamadas (hoje podemos dizer que são invariavelmente proclamadas) por simples leigos, homens e mulheres.

Tudo isso vai contra a proibição que remonta à Igreja dos primeiros séculos, que sempre reservou essa tarefa apenas para membros do clero a partir do Leitorado, que era, de fato, uma das Ordens menores através das quais formavam-se clérigos. Entre os protestantes, no entanto, não há clero, mas somente ministros e ministérios (por isso a "reforma de Paulo VI" aboliu o que eram as Ordens clericais menores, e em seu lugar instituiu, de fato, alguns ... Ministérios: leitorado e acolitado) e qualquer pessoa - homem ou mulher - tem acesso ao ambão...

4) No Ofertório da antiga Missa, o sacerdote oferecia Cristo como Vítima ao Pai em propiciação e expiação pelos pecados, com palavras inequívocas: "Recebei, Pai santo, Deus onipotente e eterno, esta hóstia imaculada, que eu, vosso indigno servo, Vos ofereço a Vós... pelos meus inumeráveis pecados... e por todos os fiéis, vivos e defuntos, para que tanto a mim como a eles aproveite para a salvação e vida eterna.”

Essa aberta ênfase no aspecto propiciatório da culpa e expiatório da pena na Missa sempre foi indigesto para os protestantes, tanto que as primeiras partes da antiga Missa Romana suprimida por Martinho Lutero eram precisamente as orações do ofertório. Agora, no Ofertório da "Missa Nova" de Paulo VI, o "presidente da assembleia" - um ex-sacerdote - oferece somente pão e vinho para que se tornem um indeterminado "alimento de vida eterna" e uma muito vaga "bebida da salvação". A própria ideia de Sacrifício propiciatório e expiatório é cuidadosamente cancelada.

5) Na "Missa de Paulo VI" o Cânon Romano é, sim, mantido, apenas para salvar as aparências, mas de forma mutilada. No entanto, juntou-se a ele, com o claro objetivo de suplantá-lo gradualmente, outras três novas "orações eucarísticas" (II, III, IV) mais atualizadas, fruto da colaboração de seis "peritos" protestantes, nas quais - por assim dizer - o "presidente da assembleia agradece a Deus “por nos ter admitido à sua presença para realizar o serviço sacerdotal" (Oração II), fundindo o seu papel e o dos simples fiéis num único "sacerdócio comum" de memória luterana; ou mesmo, ainda, ele se volta para Deus louvando-o porque Ele continua "a reunir ... um povo, que (na edição latina diz-se ut, isto é "para que") de uma fronteira a outra da terra ofereça .. . o Sacrifício perfeito" (Oração III), onde o povo - e não apenas o sacerdote – parece se tornar o fator determinante para que a consagração aconteça.

Na segunda fase do plano de protestantização, outras quatro "Orações eucarísticas" foram inseridas no "Missal de Paulo VI" que vão ainda mais longe.

Afirma, de fato, que Cristo "nos reúne para a santa ceia" (conceito e terminologia completamente protestantes), enquanto o "presbítero-presidente conciliar" não pede mais que o pão e o vinho "se tornem" o Corpo e o Sangue de Cristo (como ainda fazia nas "Orações" II, III e IV), mas apenas que "Cristo esteja presente em nosso meio com seu corpo e sangue". Uma simples e vaga "presença" de Cristo "entre nós". Não há mais transubstanciação, nenhum sacrifício expiatório e propiciatório. Sem os quais, no entanto - seria supérfluo lembrar - não há sequer a Missa.

O "sacrifício", do qual se fala posteriormente na mesma "Oração Eucarística", deve, portanto, necessariamente ser entendido apenas como um "sacrifício de louvor" (algo ainda aceito por Lutero e seus companheiros, que rejeitaram absolutamente a ideia de um sacrifício expiatório e propiciatório).

6) No novo rito de Paulo VI, em todas as "Orações eucarísticas" (incluída a primeira), fez-se desaparecer o ponto tipográfico que precede as palavras da Consagração. No antigo Missal Romano, este ponto fixo obrigava o sacerdote a interromper a simples "memória" dos eventos da Última Ceia, para começar a "fazer", ou seja, a renovar de forma incruenta, mas real, o divino Sacrifício.

O presbítero-presidente conciliar encontra-se agora na presença de dois pontos tipográficos, que acabarão por impeli-lo - psicológica e logicamente - a continuar apenas a recordar e, portanto, a pronunciar as fórmulas da Consagração com intenção apenas comemorativa (exatamente como na chamada "santa ceia" protestante).

7) A genuflexão do sacerdote é abolida imediatamente após a Consagração de cada uma das duas Espécies, genuflexão com a qual ele expressou sua fé na transubstanciação ocorrida devido às palavras de consagração recém-pronunciadas. Isto é absolutamente inaceitável para os Protestantes, que, como se sabe, negam o Sacerdócio derivado do Sacramento da Ordem, com todos os poderes espirituais especiais que dele derivam.

Agora, porém, na "Missa Nova" de Paulo VI, o "presidente da assembleia" ajoelha-se apenas uma vez, e não imediatamente após a consagração, mas somente depois de ter elevado cada uma das duas Espécies para mostrá-las aos fiéis presentes, o que é plenamente aceitável para os Protestantes, para os quais Cristo se faz presente (sem qualquer transubstanciação) na "mesa" da "santa ceia", exclusivamente graças à fé da assembleia.

É evidente que, pela enésima vez, o “novo rito” dos conciliares vai, em grande medida, de encontro aos ditos “irmãos separados”.

8) A aclamação dos fiéis no final da Consagração, embora retirada do Novo Testamento, é naquele momento completamente inadequada e enganosa: introduz, na verdade, mais um elemento de ambiguidade apresentando um povo "à espera da Tua [de Cristo] vinda", no preciso momento em que Ele, por outro lado, está realmente presente no altar como Vítima do recém-renovado Sacrifício expiatório / propiciatório.

Isso - como o restante das outras modificações e inovações – se torna mais evidente quando colocado no contexto geral de todas as outras mudanças.

9) No antigo Rito Romano, no momento da Comunhão, os fiéis, humildemente ajoelhados, repetiam à imitação do centurião (Mt 8, 8): "Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e minha alma será salva”, uma expressão de fé explícita na Presença real de Nosso Senhor sob as Espécies sagradas.

Na "Missa de Paulo VI", porém, os fiéis apenas dizem que não são dignos de "participar" da "sua mesa", expressão completamente indeterminada, mas perfeitamente aceitável em ambiente protestante.

10) Na antiga Missa Romana, a Eucaristia era obrigatoriamente recebida de joelhos, sobre a língua, e tomando todas as precauções para evitar a queda de fragmentos (com o uso da patena).

Na "Missa de Paulo VI", por outro lado, de acordo com a habitual tática modernista rastejante, começou-se a prever "ad experimentum" a simples possibilidade de receber a Comunhão de pé. Em pouco tempo, a Comunhão de pé tornou-se praticamente obrigatória. Posteriormente, por meio das várias Conferências Episcopais, foi introduzida a Comunhão na mão, entusiasticamente propagada por um “clero conciliar” sem mais fé e completamente indiferente aos inevitáveis sacrilégios, voluntários ou não, aos quais o Corpo de Cristo está assim sujeito. Com a “Pandemia” de 2020, a Comunhão na mão se tornou quase obrigatória em todos os lugares.

11) A distribuição da Sagrada Eucaristia já não é reservada ao Sacerdote ou ao Diácono, conforme estabelecido desde a era apostólica; com a autorização do Bispo, agora também as religiosas ou simples leigos gozam da mesma faculdade.

 

Conclusão

Recordamos aqui, para concluir, a grave advertência feita pelo famoso estudioso da sagrada Liturgia que foi Dom Prosper Guéranger. “A primeira característica da heresia anti-litúrgica é o ódio à Tradição nas fórmulas do culto divino. Todo sectário que deseja introduzir uma nova doutrina, encontra-se infalivelmente na presença da Liturgia, que é a Tradição em seu poder máximo, e não poderia descansar sem ter silenciado esta voz, sem ter arrancado estas páginas que contêm a fé dos séculos passados".

 

(Sì Sì No No, Agosto 2022)

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