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Entrevista com Sua Excelência, Monsenhor Bernard Fellay, acerca da recente Consagração da Rússia

Maio 20, 2022 escrito por admin

08 de Abril de 2022.
Sete Dores de Nossa Senhora
 
Queridos amigos e benfeitores,
 
Nessa festa de Nossa Senhora, teremos dois novos subdiáconos, e 21 homens receberão as ordens menores. As ordenações sacerdotais acontecerão no dia 17 de junho, quando seis homens serão ordenados ao sacerdócio, e dois ordenados ao diaconato. Por favor, rezem por eles. À medida que o mundo se afasta cada vez mais de Deus, a necessidade urgente dos homens de Deus aumenta. Esperamos que muitos de vocês possam comparecer para os encorajar nesse momento em que eles são enviados à messe.
 
A festa da Anunciação este ano trouxe o grande dom da consagração da Rússia pelo papa em união com os bispos, padres e fiéis de todo o mundo. No Seminário, tivemos a bênção de ter Sua Excelência, Dom Bernard Fellay, conduzindo a comunidade do seminário nessa consagração. Antes dela, Sua Excelência bondosamente ofereceu uma entrevista falando da devoção ao Imaculado Coração de Maria e a Consagração da Rússia. O texto segue abaixo.
 
Que Deus lhes dê uma linda Páscoa como recompensa de manter Sua Paixão próximo de seus corações durante esta quaresma.
 
In Christo Sacerdote et Maria,
Pe. Yves le Roux.
 
 
Entrevista com Sua Excelência, Dom Bernard Fellay
O que o Sr. pensa sobre a consagração de hoje da Rússia e da Ucrânia pelo Santo Padre?
Houve várias consagrações que não atenderam aos requisitos. Desta vez, incluiu-se uma consagração da humanidade inteira, mas a Rússia foi citada. Não me preocupo muito com a menção à Ucrânia, porque, na História, a Ucrânia foi o começo da Rússia: aquilo que chamamos de "Rus" começou ali, ela era parte da Rússia. A Santíssima Virgem Maria pediu [essa consagração] ao papa e aos bispos, de modo que isso cabe a ele, não a nós, não queremos tomar o lugar dele. Certamente, nos uniremos às intenções da Santíssima Virgem Maria e, na medida em que o Santo Padre as estiver atendendo, daremos graças a Deus. Ainda assim, o texto é tão pobre, que Menzingen preparou outro texto. Nós não fomos convidados como os outros bispos, no entanto, nós nos unimos [a eles]. E nos alegramos, porque parece que será a primeira vez que chegaremos bem próximos do que a Santíssima Virgem Maria pediu.
 
Qual o papel do Imaculado Coração de Maria na Igreja e no mundo hoje, especialmente à luz da consagração?
A Santíssima Virgem Maria, em Fátima, explica: "Meu Filho quer estabelecer a devoção ao meu Imaculado Coração"; isso é Fátima, isso é a chave de tudo, de todos os acontecimentos históricos.
 
Temos esse episódio no plano global de Deus, temos a História da Rússia, e, ali, a Santíssima Virgem, mais uma vez, disse que quer esse país consagrado a ela; mas, nessa consagração, há dois aspectos. O primeiro é que o Papa, como cabeça da Igreja, deve consagrar a ela esse país; o segundo está encerrado nessas palavras: "se o mundo não se converter..."; aqui entramos no problema do pecado, que também está relacionado com o Imaculado Coração. O mundo está pecando, ofendendo a Deus insistentemente. Deus ofereceu ao mundo um meio de salvação, um meio de fugir do pecado... esse meio é a devoção ao Imaculado Coração de Maria.
 
Se o mundo não se converter -- é o que diz Nossa Senhora -- então haverá outra guerra. Nesse mesmo sentido, ela diz que Deus confiou a ela a paz das nações, que a paz foi colocada em suas mãos; se quisermos a paz, devemos recorrer a ela. Mas também temos de nos comportar adequadamente perante Deus. Ela que anunciou o fim da Primeira Guerra Mundial também anunciou que haveria uma segunda guerra. As datas do fim dessas guerras são datas marianas. É muito claro, ela é a rainha e detém em suas mãos, em nome de Deus, a paz deste mundo. Dentro dessa perspectiva, a consagração é boa, ela pediu isso.
 
Não basta dizer que não queremos a guerra. "Se vocês não querem a guerra, então não pequem!" É isso que precisa ser dito a este mundo. Convertam-se! Parem de pecar, e assim teremos a paz. Recorram ao Imaculado Coração! 
 
Na consagração inteira, não se faz menção ao Imaculado Coração de Maria, apenas naquele momento específico em que realizamos a consagração propriamente dita. No texto inteiro, nas duas páginas, não há nada além disso sobre o Imaculado Coração, nada sobre o pecado. Ainda assim, estamos pedindo isso por anos a fio, suplicamos a Deus para que essa consagração acontecesse. Portanto, nós nos alegramos, nós nos alegramos de todo nosso coração, nós nos unimos a esse ato de consagração. A promessa não está explícita no texto do papa: a Rússia se converterá. E converter-se significa converter-se, significa tornar-se católico. Além disso, a paz será dada à Igreja.
 
Consideramos a situação da Igreja hoje, e não sabemos como [essa conversão] acontecerá, não temos resposta para isso, mas sabemos que tudo está nas mãos de Deus. Será que, após essa consagração, teremos de atravessar um tempo ruim antes do Triunfo? Não excluo essa possibilidade, mas ela prometeu. E sabemos que, todas as vezes que os papas fizeram algo, ainda que não fosse de modo perfeito, houve uma resposta do Céu. Todas as vezes, algo de bom aconteceu.
 
É de se esperar que o Triunfo será imediato?
Eu gostaria de poder dizer que sim, mas isso está nas mãos de Deus, na misericórdia de Deus. Mas já será uma misericórdia inacreditável se Deus poupar o mundo daquilo que merecemos. Talvez sim, mas as almas precisam voltar para Deus. E, quando olhamos, principalmente para o Ocidente, que agora está pior que o Oriente... Eles se afastaram de Deus.
 
Nosso Senhor disse que quer que seja claro que a conversão da Rússia se dará por meio do Imaculado Coração de Maria. O Sr. acredita que veremos essa conexão nessa consagração?
Absolutamente, haverá uma conexão, é preciso haver essa conexão. Esperemos que essa consagração seja correta. Se for, a conexão entre os fatos estará clara. Terá de estar, porque, com os fatos, as pessoas recorrerão a Maria. Não é certo que essa seja a consagração correta, mas, se for, sentiremos os efeitos. Ainda falando do futuro, não podemos brincar de profetas, porque o futuro realmente está nas mãos de Deus. Às vezes, Deus ama os tempos difíceis, porque extrairá algo bom deles. Temos vários exemplos disso. Lembre-se da história de José do Egito: ele foi vendido por seus irmãos, porém, graças a isso, José salvou toda a tribo de Israel. Algumas coisas não compreendemos agora, mas, mais tarde, diremos "sim, agora eu entendo".
 
Devemos depositar uma enorme confiança em Deus. Devemos tomar o lado do Céu, do Imaculado Coração.
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