Skip to content

28 de janeiro: O poço deleitável

28 de janeiro
     
« Senhor, tu não tens com que a tirar, e o poço é fundo » (Jo 4, 11)
   
I. — Pela altura ou profundidade do poço compreende-se a profundidade das sagradas Escrituras e da sabedoria divina: « Continua distante o que estava distante, e profundo, o profundo: quem o poderá sondar? » (Ecl 7, 24).

Ora, o instrumento pelo qual se tira a água da sabedoria salutar é a oração. « Se algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus » (Tg 1, 5).
   
Recomenda-se o poço da sagrada doutrina por três motivos:
   
- Por sua grande autoridade, pois a sabedoria é dada pelo Espírito Santo;
  
- Por sua doçura e suavidade. « Quão doces são as tuas palavras ao meu paladar! » (Sl 118, 103);
   
- Por sua fecundidade, pois não apenas aos sábios, mas também aos néscios se comunica.
  
II. — Propriedades da doutrina sagrada.
  
É uma água corrente. Quando Nosso Senhor diz « Mas a água que eu lhe der, virá a ser nele uma fonte de água que salte para a vida eterna » (Jo 4, 14), mostra que sua doutrina é uma água viva pelo movimento desta própria água. Por isso diz que é uma fonte de água corrente: « As correntes dum rio alegram a cidade de Deus » (Sl 45, 5).
  
É uma água que ascende. Um é o curso da água material, que corre para baixo; outro, o desta água espiritual, que corre para cima. E por isso diz Nosso Senhor: assim é esta água material, quem dela beber, tornará a ter sede; mas, a água que dou não apenas acaba com a sede, mas é uma água viva, pois está unida à fonte. Por isso, acrescenta: « virá a ser nele uma fonte ».
  
É uma água que ascende ao céu. « virá a ser nele uma fonte de água que salte para a vida eterna ». Fonte que conduz pelas boas obras à vida eterna. Por isso, diz: fonte de água que salte, isto é, uma fonte que faça saltar para a vida eterna, onde não há mais sede. « O que crê em mim, do seu seio correrão rios de água viva » (Jo 7, 38), isto é, rios de bons desejos. « em ti está a fonte da vida » (Sl 35, 10), ou seja, o Espírito Santo que é o espírito da vida. 
    
In Joan. IV
  
 (P. D. Mézard, O. P., Meditationes ex Operibus S. Thomae.
Tradução: Permanência)

AdaptiveThemes