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A soberba

12 de agosto
 
 
O pecado da soberba, pode ser considerado a dupla luz. Primeiro, na sua espécie própria, fundada especialmente no seu objeto próprio. E a esta luz, a soberba é um pecado especial, por ter um objeto especial. Pois, é o apetite desordenado da excelência própria, ou seja, que não é segundo a razão reta. Ora, a razão é a ordenadora daquilo que o homem naturalmente deseja; portanto, será vicioso o apetite de quem se afasta mais ou menos da regra racional; como o demonstra o apetite da comida, que é naturalmente desejada. Ora, a soberba deseja uma excelência excessiva à prescrição da razão reta.
 
A outra luz, pode ser considerada quanto a uma certa redundância sua sobre os outros pecados. E, então, implica uma certa generalidade, porquanto, da soberba, podem nascer todos os pecados, por dupla razão:
 
1. Primeiro, em si mesma considerada: i. é, enquanto os outros pecados se ordenam ao fim da soberba, que é a excelência própria, à qual pode ordenar-se tudo o que desejamos desordenadamente.
  
2. De outro modo, indiretamente e quase por acidente, i. é, removendo o obstáculo, enquanto que, pela soberba, desprezamos a lei divina, que nos proíbe pecar, segundo aquilo da Escritura (Jr 2, 20): Quebraste o meu jugo, rompeste os meus laços e disseste: não servirei.
        
(IIa IIae, q. CLXII, a. 2) 
     
         
(P. D. Mézard, O. P., Meditationes ex Operibus S. Thomae.)

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