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Introdução: o estudo do Catecismo

Ao longo desses anos fomos acompanhando o crescimento de nossas crianças, na Capela Nossa Senhora da Conceição. A primeira turma de catecismo foi crescendo e o nível de estudo teve de acompanhar este crescimento. Daí termos elaborado uma apostila para as crianças mais velhas, que procuraremos editar em nossa página na Internet.

É preciso, talvez, explicar que as crianças devem começar a estudar o catecismo desde muito cedo. S. Pio X, no famoso decreto Quam Singulari, de 1910, estabelece como critério para a comunhão das crianças pequenas, que ela saiba distinguir entre pão e a Hóstia Consagrada, o Corpo de Cristo, presente realmente naquilo que, antes, era pão. Por isso o santo Papa foi chamado o Papa das crianças.
 
Desastre! Até nisso os progressistas mexeram! Não quiseram escutar o Papa santo, pois foi este mesmo Papa que condenou o Modernismo, na encíclica Pascendi, de 1907. Eles preferem, então, privar as criancinhas da santa comunhão a seguir as diretivas do grande São Pio X. «Deixai vir a mim as criancinhas». Eles já não ouvem mais nem a Nosso Senhor! Foi assim que foram protelando a primeira comunhão até os doze anos. Crisma, nem pensar, só com 14 ou 15 anos. Quanta cegueira! Eles têm olhos mas não vêm. E o que precisavam ver? Que a comunhão é a grande alegria de uma criança de seis ou sete anos, que seus olhinhos vibram de  emoção pura e sincera, de amor sem manchas de pecado. Que a Crisma sendo dada também em baixa idade (nós procuramos apresenta-las um ano depois da Primeira comunhão), as crianças terão mais forças para vencer os ataques que sofrem cada dia mais cedo, que corrompem sua inocência, que mancham suas alminhas puras, condenando-as, talvez, para sempre. E, com isso, caem nos mesmos erros condenados por S. Pio X neste decreto: «Este costume [de protelar a comunhão até os 12 ou 14 anos], que sob pretexto de acautelar o respeito devido ao Augusto Sacramento, afasta  dele os fiéis, foi causa de males sem conta. Sucedia, de fato, que a inocência da criança, arrancada às carícias de Jesus Cristo, não se alimentava de nenhuma  seiva interior e, desastrada conseqüência, a juventude, privada de socorro eficaz e cercada de  laços, perdia a sua candura e resvalava no vício antes de ter saboreado os Santos Mistérios».
 
É assim que começamos o catecismo já aos cinco anos de idade, depois que os pais passaram esse tempo ensinando as primeiras orações, acostumando a criança com as coisas da religião, com pequenos gestos de fé: fazer o sinal da cruz, jogar beijinho para "papai do céu". Ah!, quanto bem isso faz para essas alminhas. E vão à Missa, e aprendem a se comportar na igreja, a receber a bênção daquele homem vestido de batina preta, que lembrará sempre a presença de Deus, na alma da criança.
 
Tudo isso é o desenvolvimento da fé que foi depositada por Deus naquele coraçãozinho, na hora do batismo. Filha de Deus. Amada de Deus. «Mas ai daquele que escandalizar um desses pequeninos que em mim crêem. Melhor lhe fora suspender a mó de um moinho ao pescoço e se lançar no fundo do mar». O que Nosso Senhor quer dizer com "escandalizar". Mais ainda: "escandalizar os que nEle crêem"? Se crer é o ato de quem tem fé sobrenatural. Se escandalizar significa "por uma pedra de tropeço", então devemos concluir que Jesus está dizendo: condenação para aquele que arrancar a fé do coração dessas crianças, para aquele que desviar essas almas da verdade revelada, da Fé Católica. Condenação para aqueles que não ensinam mais o catecismo, e deixam as crianças sem alimento espiritual até quase a adolescência. Justamente no momento em que tudo conspira contra a fé, contra Deus: as forças naturais das descobertas do corpo, as primeiras liberdades de se movimentar e freqüentar certos ambientes ruins, a destruição das inteligências operada nas escolas, a destruição da vontade trazida para dentro de casa pela televisão etc.
 
Depois da Primeira Comunhão, as  crianças passam ao Segundo Catecismo. Na verdade elas vão rever, aprofundando já um pouco, o que viram de modo bastante resumido, no Primeiro Catecismo. No ano seguinte, damos a História Sagrada. Em seguida elas começam, já com dez ou onze anos, o estudo dos Sacramentos. É nesse ponto que começamos nossa apostila. Depois de um ano com os Sacramentos, estudamos as Virtudes, terminando com a Liturgia e os Novíssimos.
 
Gostaria de lembrar, para terminar, que é grave dever dos pais e dos padrinhos alimentar a fé do coração de seus filhos. Esta será a principal conta a prestar a Deus no dia do juízo, no que toca a educação das crianças. Hoje em dia, os pais se preocupam muito em dar os melhores presentes, em vê-lo terminar bem seus estudos, em conseguir um bom emprego. Mas a fé... E  eles já nem se lembram mais que, um dia, levaram seus filhos à pia batismal, com  padrinhos católicos, se comprometendo solenemente, diante de Deus, de ensinar o catecismo, educar segundo a Santa Religião.
 
Que estes textos que começamos a apresentar, ajudem as almas a conhecer melhor a doutrina sagrada de Nosso Senhor.
 
Dom Lourenço Fleichman OSB

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