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Santo Tomás de Aquino (3981)

46. Sabado santo: Utilidade da descida de Cristo aos infernos.

Sábado santo
 
 
Da descida de Cristo aos infernos podemos tirar quatro ensinamentos para nossa instrução.
 
1. — Primeiro, uma firme esperança em Deus, pois quando quer que o homem esteja em aflição, deve sempre esperar do auxílio divino e nele confiar. Nada há de mais sério do que cair no inferno. Se portanto Cristo libertou os que estavam nos infernos, cada um, se é de fato amigo de Deus, deve muito confiar para que Ele o liberte de qualquer angústia. Lê-se: "Esta (isto é, a sabedoria) não abandonou o justo que foi vencido (...) desceu com ele na fossa, e na prisão o não abandonou" (Sb 10, 13-14). Como Deus auxilia aos seus servos de um modo todo especial, aquele que O serve deve estar sempre muito seguro. Lê-se: "O que teme ao Senhor por nada trepidará e nada temerá por que Ele é a sua esperança" (Ecl 39, 16).
 

43. Quarta-feira santa: Três ensinamentos místicos no Lava-Pés.

Quarta-feira santa
 
"Depois lançou água numa bacia, e começou a lavar os pés dos discípulos, e a limpar-lhos com a toalha com que estava cingido" (Jo 13, 5)
 
Nesta passagem podemos tirar três ensinamentos místicos:

42. Terça-feira santa: Preparação de Cristo ao Lava-Pés.

Terça-feira santa
 
"levantou-se da ceia e depôs o seu manto, e, pegando numa toalha, cingiu-se com ela."  (Jo 13, 4)
 
I. — Cristo mostra-se servidor, abraçando uma tarefa humilde, conforme aquilo do Evangelho (Mt 20, 28): "o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir".

41. Segunda-feira santa: Necessidade de uma perfeita purificação.

segunda-feira santa
 
I. — "Se eu não os lavar, não terás parte comigo". Ninguém pode ser co-herdeiro de Cristo e participar da herança eterna sem se purificar espiritualmente, como está dito nas Escrituras: (Ap 21, 27), "não entrará nela coisa alguma contaminada" e "quem estará no seu lugar santo? O inocente de mãos e limpo de coração" (Sl 23, 3-4). É como se Nosso Senhor dissesse: Se eu não os lavar, não estarás puro, e se não estiveres puro, não terás parte comigo.

40. Domingo de Ramos: Utilidade da Paixão de Cristo como exemplo.

Domingo de Ramos
   
Como disse S. Agostinho: "A Paixão de Cristo é suficiente para ser modelo de toda a nossa vida". Quem quer que queira ser perfeito na vida, nada mais é necessário fazer senão desprezar o que Cristo desprezou na cruz, e desejar o que nela Ele desejou. Nenhum exemplo de virtude deixa de estar presente na cruz.

39. Sábado depois do I domingo da Paixão: De que modo devemos lavar os pés uns dos outros?

sábado da I semana da Paixão
 
"Se eu, pois, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros" (Jo 13, 14)
 
Nosso Senhor quer que seu exemplo seja imitado pelos discípulos. Ele diz: "Se eu", que sou maior que vós, pois sou Senhor e Mestre, "vos lavei os pés, também vós", por muito maior razão, pois sois discípulos e servos, "deveis lavar os pés uns aos outros". Noutra parte, lemos (Mt 20, 26): "todo o que quiser ser entre vós o maior, seja vosso servo... assim como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir".

38. Sexta-feira depois do I domingo da Paixão: A compaixão de Nossa Senhora.

sexta-feira da I semana da Paixão
 
"E uma espada trespassará a tua alma" (Lc 2, 35)
 
Estas palavras assinalam a grande compaixão de Nossa Senhora pelo Cristo.
 
Quatro coisas tornaram a Paixão de Cristo sobretudo amargas à mãe de Cristo:

37. Quinta-feira depois do I domingo da Paixão: O Sinal maior do amor de Cristo

quinta-feira da I semana da Paixão
 
Aparentemente, a maior prova do amor de Cristo por nós foi o ter dado seu corpo como alimento, e não o ter sofrido por nós, pois a caridade da Pátria é mais perfeita que a caridade da Via. Ora, este benefício com que Deus nos agraciou, ao nos dar seu corpo como alimento, é mais similar à caridade da Pátria, onde gozaremos plenamente de Deus, enquanto a Paixão a que Cristo se submeteu mais se assemelha à caridade da Via, onde nos expomos a morrer por Cristo. Assim, pois, a maior prova de amor de Cristo seria o ter nos dado seu corpo como alimento, e não o ter sofrido por nós.

36. Quarta-feira depois do I domingo da Paixão: *O Sepulcro Espiritual

quarta-feira da I semana da Paixão
 
A contemplação das coisas celestes é representada pelo sepulcro. Por isso, sobre a passagem das Escrituras (Jó 3, 22): "e ficam transportados de alegria, quando encontram o sepulcro?", comenta são Gregório: na contemplação das coisas divinas, a alma, morta para o mundo, esconde-se como um corpo na sepultura e, longe de toda inquietação do século, repousa por três dias como que por uma tripla imersão. Os atribulados e vexados pelos insultos dos homens, ao entrar em espírito na presença de Deus, não mais se sentem atribulados, conforme aquilo do salmista (Sl 30, 21): "Sob a proteção do teu rosto os defendes das conjuras dos homens".

35. Terça-feira depois do I domingo da Paixão: O Sepulcro de Cristo

terça-feira da I semana da Paixão
 
«Porque molestais esta mulher?  Ela fez-me verdadeiramente uma boa obra... derramando ela este bálsamo sobre o meu corpo, fê-lo como para me sepultar» (Mt 26, 10-12)
 
Era conveniente que Cristo fosse sepultado.

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