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Art. 4 ─ Se o óleo de oliveira é a matéria conveniente a este sacramento.

O quarto discute-se assim. ─ Parece que o óleo de oliveira não é a matéria conveniente a este sacramento.
 
1. ─ Pois, este sacramento é um remédio imediato para a incorrupção. Ora, a incorruptibilidade é significada pelo bálsamo, aplicado no crisma. Logo, o crisma é que seria a matéria mais conveniente a este sacramento.
 
2. Demais. ─ Este sacramento é um remédio espiritual. Ora, a medicação espiritual é significa da pela aplicação do vinho, como vemos na parábola do homem maltratado pelos ladrões, do Evangelho. Logo, também o vinho seria a matéria mais conveniente a este sacramento.
 
3. Demais. ─ Onde é maior o perigo mais comum deve ser o remédio. Ora, o óleo de oliveira, não se encontrando em todos os lugares da terra, não é um remédio comum. Logo, como este sacramento é ministrado aos moribundos, que estão em perigo máximo, parece não ser o óleo de oliveira a matéria conveniente.
 
Mas, em contrário, a Escritura determina o óleo como a matéria deste sacramento. Ora, óleo propriamente não se chama senão o óleo de oliveira. Logo, esta é a matéria deste sacramento.
 
2. Demais. ─ A cura espiritual é significada pela unção do óleo, como está claro na Escritura: A chaga entumecida não se lhe aplicou remédio para a sua cura, nem com óleo foi suavizada. Logo, a matéria conveniente deste sacramento é o óleo.
 
SOLUÇÃO. ─ A cura espiritual ministrada no fim da vida deve ser perfeita, pois, depois dela não há nenhuma outra; e branda, para não quebrar, mas favorecer a esperança, maximamente necessária aos que estão no momento da morte. Ora, o óleo é um lenitivo que penetra até o íntimo, e de natureza difusiva. Por onde, quanto às duas condições referidas, é a matéria conveniente deste sacramento. E como óleo principalmente se chama o líquido extraído da oliveira, sendo os outros assim também chamados só por semelhança com ele, por isso o óleo de oliveira deve ser o tomado como a matéria deste sacramento.
 
DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJEÇÃO. ─ A incorrupção da glória não é a realidade contida neste sacramento, nem é necessário que a tal causa corresponda a significação da matéria. Por onde, não é necessário tomar o bálsamo como a matéria deste sacramento: pois, o bálsamo pelo seu odor significa a boa fama, de que aliás os que estão a ponto de partir deste mundo não precisam; eles precisam só da pureza da consciência, significada pelo óleo.
 
RESPOSTA À SEGUNDA. ─ O vinho cura por ser picante, o óleo porém como lenitivo. Por isso a cura da penitência é que, de preferência à deste sacramento, se aplica o vinho.
 
RESPOSTA À TERCEIRA. ─ O óleo de oliveira, embora esta não cresça em todos os países, contudo pode qualquer o ter facilmente. ─ Além disso este sacramento não é de tanta necessidade que os mortos sem ele não possam salvar-se.

 

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