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Introdução ao sexto domingo da Epifania

“Revelarei coisas que ficaram ocultas desde a criação do mundo”

 

Paramentos verdes

 

Deus, diz S. Paulo, falou-nos pelo seu Filho, a quem constitui herdeiro de tudo, e o qual, sendo o esplendor da glória do Pai e a figura da sua substância e conservando tudo por meio da sua palavra, quis operar a purificação dos pecados, e está agora sentado à direita de Deus. A nenhum dos anjos disse Deus: “Tu és meu Filho, hoje mesmo te gerei”. E quando O enviou ao mundo, disse: “Que os anjos todos O adorem”. O Apóstolo, comenta S. Atanásio, declara Jesus superior aos anjos para evidenciar a diferença que existe entre a natureza de Filho e a de criaturas. A Missa de hoje revela igualmente a divindade de Cristo, tão claramente expressa no Ofício de Matinas, como acabamos de ver. É Deus, porque revela as coisas ocultas em Deus e que o mundo ignora. A sua palavra é divina, porque tem o condão de apaziguar a tempestade das paixões e é capaz de produzir na alma de quem a receber maravilhas de fé, de esperança e de caridade. A Igreja é também divina. Pega em raiz divina, na palavra do Senhor, e está admiravelmente figurada nas três medidas de farinha que a força expansiva do fermento leveda, e no grão de mostarda, a mais pequenas das sementes, que em breve se torna árvore frondosa onde as aves do céu gostam de nidificar.

Meditemos com frequência o Evangelho para que nos penetre e transforme, e para que se torne, na nossa alma e na nossa vida, árvore frondosa a vergar de frutos de santidade. Desta maneira trabalharemos eficazmente no alargamento do Reino de Deus.

Do Evangelho: Pelo homem que semeia, se entende geralmente, diz S. Jerônimo, o Salvador que semeia nas almas a palavra de Deus, a semente prodigiosa do Evangelho. Neste mundo que se desagrega, falta esta semente e parece que o semeador divino já recolheu. Na imensa lavra só andam sombras a envolver de névoa as ervas daninhas do campo solitário. É preciso chamar, chamar pelo dono do campo, que venha e mande semeadores, semeadores de vida nova, semeadores do Evangelho e de mais nada.

 

Missal Quotidiano e Vesperal por Dom Gaspar Lefebvre, Beneditino da Abadia de S. André. Bruges, Bélgica: Desclée de Brouwer e Cie, 1952.

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