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7. Motivos da devoção às Sagradas Chagas

Motivos da devoção às Sagradas Chagas

 

Confiando à Irmã Maria Marta esta “missão”, o Deus do Calvário comprazía-se em revelar à sua alma arrebatada os inumeráveis motivos de invocar as Chagas Divinas, assim como os benefícios desta devoção. Todos os días, em todos os instantes, para a excitar a fazer-se uma ardente apóstola, Jesus lhe descobre os inapreciáveis tesouros destas fontes de vida:

“Nenhuma alma, depois da minha Santa Mãe, teve como tu a graça de contemplar, de dia e de noite, as minhas Sagradas Chagas”.

“Minha filha, conheces o tesouro do mundo?... O mundo não quer conhecê-lo”.

“Eu quero que tu as vejas assim, para que melhor compreendas o que fiz vindo sofrer por ti”.

“Minha filha, todas as vezes que ofereceis a meu Pai os méritos das minhas Divinas Chagas, ganhais uma fortuna imensa. Sois semelhante àquele que encontrasse na terra um grande tesouro, mas como não podeis conservar esta riqueza, Deus retoma-a, e minha Divina Mãe também, para vo-la restituir no momento da morte e aplicar os seus méritos às almas que deles carecem, porque vós deveis aplicar a riqueza das minhas Sagradas Chagas. É preciso que não fiqueis pobres porque o vosso Pai é muito rico!... A vossa riqueza? é a minha santa Paixão!”

“Aquele que está na necessidade, que venha com fé e confiança, que tire constantemente o que precisa, do tesouro da minha Paixão e das aberturas das minhas Chagas!”

“Este tesouro pertence-vos!... Tudo está nele! tudo - exceto o inferno!”

“Uma das minhas criaturas traiu-me e vendeu o meu sangue, mas vós podeis tão facilmente reuni-lo gota a gota!... - Uma só gota basta para purificar o mundo... e vós não pensais nisso!... não conheceis o seu valor!”

“Os algozes fizeram bem trespassando-me o lado, as mãos e os pés, porque abriram assim fontes donde correrão eternamente as águas da minha misericórdia. Só o pecado, que foi a sua causa, é preciso detestá-lo. Meu Pai compras-se na oferta das minhas Sagradas Chagas e das dores da minha Divina Mãe. Oferecer-lhas é oferecer-lhe a sua glória, é oferecer o Céu ao Céu”.

“Eis com que pagar as dívidas de todos! - Porque, oferecendo a meu Pai o mérito das minhas Sagradas Chagas, satisfazeis pelos pecados dos homens1.”

Jesus estimula-a - e a nós com ela, - a aproveitar esse tesouro:

“É preciso confiar tudo às minhas Divinas Chagas e trabalhar na salvação das almas por meio dos seus méritos.”

Pede-nos que o façamos com humildade:

“Quando abriram as minhas Sagradas Chagas, o homem teve ‘vaidade’ julgando que elas se fechariam, mas não, elas serão eternas, e eternamente contempladas por todas as minhas criaturas. Digo-te isto, para que tu não as contemples com rotina, mas que as veneres com grande humildade”.

“A vossa vida não é deste mundo; tirai as Chagas de Jesus e tornar-vos-eis terrestres... Sois muito materiais para compreender toda a extensão das graças que recebeis pelos seus meritos... Vós não olhais suficientemente para o sol na sua plenitude... Nem mesmo os meus sacerdotes contemplam suficientemente o Crucifixo. Eu quero que me honrem todo”.

“A seara é grande, abundante, é preciso humilhar-vos, mergulhar-vos no vosso nada para colher almas, sem olhardes para o que já fizestes”.

“É preciso não temer mostrar as minhas Chagas às almas... O caminho das minhas Chagas é tão simples e tão fácil para ir para o Céu!”

Pede-nos Ele que o façamos com corações de serafins. - Mostrando-lhe um grupo desses espíritos angélicos que se comprimiam em torno do altar, durante a Santa Missa, Jesus disse à Irmã Maria Marta:

“Eles contemplam a beleza, a santidade de Deus! admiram, adoram... não podem imitar. Quanto a vós, é preciso sobretudo que contempleis os sofrimentos de Jesus para vos conformardes com Ele. - É preciso que venhais às minhas Chagas, com os corações bem inflamados, bem ardentes e fazer, com grande fervor, as aspirações para obterdes graças que solicitais.”

Pede-nos que o façamos com uma fé ardente:

“As minhas Chagas estão bem frescas, é preciso que as ofereçais como se fosse a primeira vez”.

“Na contemplação das minhas Chagas encontrareis tudo, para vós e para os outros”.

“Faço-tas ver para que nelas entres.”

Pede-nos que o façamos com confiança:

“É preciso que não vos inquieteis com as coisas da terra, minha filha, vereis na eternidade o que ganhastes pelas minhas Chagas. As Chagas dos meus Sagrados Pés são um oceano. Traze a elas todas as minhas criaturas; essas aberturas são bastante grandes para nelas as alojar todas.”

Pede-nos que o façamos com espírito de apostolado e sem jamais nos cansarmos:

“É preciso que oreis muito para que as minhas Sagradas Chagas se espalhem no mundo.” (Neste momento, sob os olhos da vidente, partiram das Chagas de Jesus cinco raios luminosos, cinco raios de glória, que envolveram o globo.) “As minhas Sagradas Chagas sustentam o mundo. É preciso pedir-me a firmeza no amor das minhas Chagas, porque elas são a fonte de todas as graças. É preciso invocá-las muitas vezes... levar a isso o próximo... É preciso falar e tornar a falar delas para imprimir essa devoção nas almas... Será preciso muito tempo para estabelecer esta devoção, trabalhai nela com coragem”.

“Todas as palavras ditas a respeito das minbas Chagas me dão prazer, um indizível prazer!... Conto-as todas”.

“Mesmo que haja pessoas que não queiram vir às minhas Chagas, é preciso que tu, minha filha, aí as faças entrar!”

Um dia em que a Irmã Maria Marta sentia uma sede ardente, disse-lhe o seu Bom Mestre:

“Minha filha, vem a mim e eu te darei uma água que te saciará! No Crucifixo, há tudo: há com que saciar, há para todas as almas!”

“Minha filha, eu quero que tu bebas nas minhas Chagas para dar aos pequeninos”.

“Com as minhas Chagas tendes tudo! Elas fazem obras sólidas, não pelo gozo, mas pelo sofrimento”.

“Vós sois operárias que trabalhais no campo do Senhor: com as minhas Chagas, ganhais muito e sem dificuldade. Oferece-me as tuas ações e as de tuas Irmãs, unidas às minhas Sagradas Chagas; nada as pode tornar mais meritórias nem mais agradáveis aos meus olhos. - Há riquezas incompreensíveis, mesmo nas mais pequenas.”

Convém notar o seguinte: nas manifestações e confidências de que acabamos de falar, o Divino Salvador não se apresentava sempre à Irmã Maria Marta com todas as suas adoráveis Chagas, às vezes mostrava-lhe apenas uma à parte. Foi assim que um dia, depois deste ardente convite:

“Deves aplicar-te a curar as minhas feridas contemplando as minhas Chagas.”

Ele lhe descobre o seu pé direito, dizendo:

“Quanto não deves respeitar esta Chaga e esconder-te nela como a pomba!”

Uma outra vez mostra-lhe a sua mão esquerda:

“Minha filha, tira da minha mão esquerda os meus méritos para as almas, para que elas estejam à minha mão direita por toda a eternidade... As almas religiosas estarão à minha direita para julgar o mundo, mas, antes disso, pedir-lhes-ei conta das almas que deveriam salvar.”

  1. 1. Todas estas palavras foram pronunciadas em diversas circunstâncias, especialmente no ano de 1868. Nosso Senhor dirigia-se umas vezes só à Irmã Maria Marta, e outras - por meio dela - à Comunidade e a todos os fiéis.
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