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O Globo, 27 de setembro de 1968.

"O Movimento Permanência, cujo nome se inspira no capítulo 15 do Evangelho de São João, onde significa ligação vital ao tronco da videira que é o Cristo, consta de uma editora católica e de um centro de cultura humanística. (...)".

 

 

MOVIMENTO PERMANÊNCIA LANÇA EDITORA E CENTRO DE CULTURA

 

O Movimento Permanência dará início, no próximo domingo, às atividades de sua editora e do Centro de Cultura Humanística. A cerimônia constará de uma missa, celebrada pelo Cardeal Dom Jaime Câmara, e do lançamento da revista mensal "Permanência". As solenidades terão início às 11h 30m, na nova sede do movimento, na Rua das Laranjeiras, 540 fundos. E nos dias 30 de setembro, 2 e 4 de outubro, às 20h 30m, serão feitas palestras sobre os temas "O Amor e o Mundo na Lírica de Camões", pelo Professor Gustavo Corção; "Bogotá e o Congresso Eucarístico", pelo professor Gladstone Chaves de Melo; e "Universidade em Crise", pelo professor D. Irineu Pena, OSB.

 

O movimento

O professor Gustavo Corção, principal dirigente do movimento, assim o explica:

— O Movimento Permanência, cujo nome se inspira no capítulo 15 do Evangelho de São João, onde significa ligação vital ao tronco da videira que é o Cristo, consta de uma editora católica e de um centro de cultura humanística. A editora publicará uma revista mensal; cadernos de vários autores (o primeiro, já programado, versará sobre progresso e progressismo); opúsculos e boletins conforme exigências da oportunidade, e promoverá aulas de religião em vários níveis e conferências de cultura católica. Seu lema é "Em hora de confusão, um movimento de afirmação".

Enfatizou o professor:

— Permanência será também um movimento de combate, no qual católicos leigos darão seu testemunho de fé contra a onda de heresia modernista que avassala o mundo e aflige a Igreja.

Revista e Centro

Disse o prof. Corção que a revista está precisando de assinantes, além dos mil que já possui em todo o Brasil. o candidato à assinante poderá dirigir-se à sede, em Laranjeiras, ou enviar cheque de NCr$ 20,00 pela assinatura anual, em nome da Editora Permanência, acompanhado de nome e endereço bem legíveis. A revista abordará a cultura católica, desde as formas mais clássicas e tradicionais, até as de maior atualidade, "porque a Igreja a que queremos servir é um organismo vivo no presente e no passado". A tiragem inicial será de dois mil exemplares, aceitando-se qualquer tipo de publicidade, menos o que entre em choque com a orientação da Igreja.

Paralelamente a esse movimento católico, esclareceu o Sr. Gustavo Corção, e funcionando na mesma sede, haverá o Centro de Cultura Humanística, não confessional, destinado a abordar problemas culturais. A par da intenção de afirmação cultural brasileira, o CCH também é combativo e se arma para resistir e contra-atacar o movimento depredatário chamado "revolução cultural", que consiste, expôs o Sr. Corção, numa "bárbara e estúpida ruptura com o passado e, portanto, com os grandes compromissos do homem, afirmados na história das civilizações".

Catalizador

— Dentro de nossos recursos — acentuou o Prof. Corção — queremos ser catalizadores de civilização e assim estamos certos de servir ao Brasil e à Igreja. o CCH promoverá conferências e cursos onde os jovens universitários poderão estudar o que lhes está vedado pelos perturbadores da vida universitária.

O suporte econômico para as atividades da editora e do centro advirão das assinaturas da revista, de anúncios, donativos, mensalidades dos sócios do CCH e contribuições dos cursistas. A mensalidade de sócio do centro é de NCr$ 5,00, havendo, até o momento, cerca de 100 sócios. O movimento Permanência está instalado nos fundos da sede da Sociedade Beneficente das Senhoras Polono-Brasileiras (Kolopolek) e dispõe de um auditório com capacidade para 110 pessoas, uma sala de aula e mais duas salas para secretaria e diretoria. Uma das metas do movimento, aduziu o Prof. Corção, é reunir gente de todas as idades, para troca de opiniões.

(O Globo, 27 de Setembro de 1968)

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