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16. As Santas Chagas e as almas religiosas

As Santas Chagas e as Almas Religiosas

 

“Na Casa de Deus, é preciso viver unidas às minhas Chagas”, disse o Salvador.

“Os vossos votos saem das minhas Chagas!...”

Um dia, quando a Irmã Maria Marta fazia a Vía Sacra, chegando à décima estação, Jesus deu a compreender à esposa o mérito do seu despojamento pelo voto de pobreza, pedindo-lhe que oferecesse as Santas Chagas – “pelas suas esposas que precisam de despojamento, para que o saibam revestir por uma prática mais exata do voto de pobreza.”

Depois, na Crucifixão, ajunta – “que sendo consagradas a Ele, devíamos estar pregadas na cruz com Ele... - quando seguimos a nossa vontade própria, declaramo-nos inimigos da Cruz.”

“Deveis deixar-vos governar pela vossa superiora, como Eu, estendendo as mãos, me deixei pregar na Cruz.”

Depois pede-lhe ainda que ore por aqueles que quereriam despregar-se da Cruz, faltando à obediência...

“Minha filha, repetiu Jesus noutra ocasião, olha para a minha coroa e aprenderás a mortificação, para as minhas mãos estendidas, e aprenderás a obediência, compreenderás a pobreza vendo-me despido sobre a cruz, tornar-te-ás pura contemplando Aquele que é puro e que te ama como um Esposo!...”

Ensina-lhe que as almas religiosas são também almas dedicadas ao sofrimento:

“Eu queria ver em todas as minhas esposas outros tantos Crucifixos!... Não deverá a esposa assemelhar-se ao Esposo?”, declara Aquele que a santa Amante dos Cânticos pinta assim:

“O meu Bem-Amado é branco e vermelho.”

“Dar-te-ei sofrimentos para todo o dia, promete-lhe Jesus, para que vás mais vezes às Fontes benditas das minhas Divinas Chagas.”

“Eu quero que sejas crucificada comigo; quero-o de todas as maneiras... - À medida que disseres sim, mais te crucificarei.”

“Minha filha, olha para a minha coroa! Eu não disse: ela faz-me sofrer muito - mas aceitei-a das mãos de meu Pai por vosso amor! Olha para as minhas mãos! Eu não disse: não as dou, isso faz-me sofrer muito! - e o mesmo aconteceu com os meus pés.”

Depois, Jesus mostra à serva a sagrada carne, despedaçada, aos bocados:

“Encontrarás Chagas em todo o corpo do teu Esposo! - Eu quero que assim sejas - Contempla-Me na Cruz: quando Eu nela estava não olhava nem para os algozes nem para os seus ultrajes... olhava para meu Pai. - É preciso que cumprais assim o vosso dever, fazendo o que Eu quero sem olhar para a criatura... como Eu que olhava unicamente para o meu Pai!”

Um outro dia, aparecendo-lhe na Cruz todo descarnado, “não tendo senão a pele e os ossos”, este terno Mestre exclamou:

“Vê, minha filha, por onde devem passar aqueles que escolhi e que querem chegar à glória, não porém aqueles que levantam a cabeça. - Minha Mãe passou por este caminho... Ele é rude para aqueles que o seguem à força e sem amor, mas suave e consolador para as almas que levam a sua cruz com generosidade. - É preciso que as Esposas de Jesus-Crucificado sofram... - Já não tenho senão as minhas esposas para me esmolar.”

Numa outra entrevista, Jesus disse ainda:

“Minha filha, deveis amar muito o Crucifixo e crucificar-vos para amar Jesus, para poderdes morrer como Jesus e ressuscitar como Ele. - Renovo agora as graças da minha Paixão... - sois vós que deveis derramar os seus benefícios sobre o mundo inteiro.”

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